Lua de Saturno Enceladus tem água quente com minerais e
pode abrigar vida
Há anos os cientistas espaciais vêm buscando por indícios de
vida fora da Terra e já encontraram sinais até mesmo em corpos celestes
relativamente próximos, como o planeta Marte ou a lua Europa de Júpiter. No
entanto, um estudo de um time do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da
Universidade de Colorado, nos EUA, aponta para um novo e ainda mais promissor
candidato dentro do nosso sistema solar: a gelada Enceladus, lua de Saturno.
O satélite natural se tornou um alvo para a busca por
vida desde 2005, quando a espaçonave Cassini observou jatos de vapor-d’água
saindo de seu polo sul. Embora a ocorrência tivesse criado a esperança de que
houve um oceano abaixo da superfície de Enceladus, a crosta gelada com mais de
40 km de espessura dava poucas evidências de que houvesse qualquer atividade
hidrotermal no local.
Recentemente, no entanto, a equipe de cientistas
encontrou pequenos grãos de rochas em meio às partículas capturadas pela
Cassini, que acreditam terem sido formados por aberturas hidrotermais na lua de
Saturno. O grãos possuem entre 2 e 8 nanômetros de raio – pouco maior do que um
filete do nosso DNA – e são ricos em silício, algo similar ao que é encontrado
na areia e no quartzo aqui da Terra.
Panela de pressão
De acordo com os autores do estudo, a existência desses
grãos só pode ser explicada pelo funcionamento de um sistema hidrotermal ativo
em Enceladus. O processo funciona com o aquecimento do oceano interno da lua
por conta da sua força gravitacional, que leva a temperatura da água até um
mínimo de 90ºC e ajuda a dissolver minerais do núcleo rochoso do corpo celeste.
Quando o líquido contendo esses materiais se aproxima da
superfície, ele se esfria e forma cristais de gelo – onde os minerais ficam
então presos ao serem ejetados pelas aberturas em direção ao espaço. Uma vez
que o material chega ao exterior, o gelo é erodido e os minúsculos grãos de
silício ficam livres e podem ser coletados por espaçonaves como a Cassini.
Os pesquisadores passaram quatro anos analisando os dados
do veículo espacial e realizando simulações e experimentos para chegar a essas
conclusões. “Nós metodicamente buscamos por explicações alternativas, mas cada
novo resultado apontava para apenas uma origem mais provável”, afirmou Frank
Postberg, um dos autores do estudo.
Ingredientes da vida
A notícia é particularmente interessante porque os
defensores da evolução acreditam que a vida teve início no planeta Terra
justamente por conta da atividade de aberturas hidrotermais similares à da lua
de Saturno. Agora que o fato de que a água de Enceladus é aquecida e possui
minerais, os ingredientes mais básicos da vida, o satélite natural certamente
vai atrair mais atenção dos pesquisadores espaciais.
FONTE(S)
IMAGENS
Nenhum comentário:
Postar um comentário