Nos primeiros seis meses de 2013, 18 denúncias relacionadas à publicidade para crianças e adolescentes foram recebidas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). O número equivale a 10% do total de reclamações sobre questões diversas, que somam 191. Segundo o Conar, a campanha de Dia das Crianças de uma marca de bolsas e calçados do Ceará, que exibiu uma menina usando produtos em poses sensuais, foi a primeira queixa neste ano sobre o uso de crianças em situações erotizadas.
O órgão recebeu notificações sobre a campanha e abriu um processo contra o anunciante.Das 18 denúncias recebidas pelo Conar relacionadas à publicidade para crianças, apenas duas resultaram em advertência para as empresas. Em cinco casos, houve suspensão da veiculação do anúncio. O órgão ainda emitiu quatro ordens para alteração do material. Outros sete casos foram arquivados.De acordo com o Conar, reclamações como as do anúncio da empresa cearense são raras, porque a própria classe publicitária se organizou para tratar com mais cuidado a imagem dos menores de idade, não os deixando tão expostos.Para Isabella Henriques, diretora de Defesa e Futuro do Instituto. Alana, organização que luta pela regulamentação da publicidade infantil, o caso é grave. “Uma exposição tão grosseira de crianças é difícil de se encontrar, mas mostrá-las com apelo adultizado em propagandas não é incomum”, relata.Entre os problemas desse tipo de publicidade, Isabella menciona a erotização precoce e o risco do incentivo à pedofilia.A especialista do Instituto Alana afirma que, apesar do público infantil não ser o alvo do anúncio, crianças podem ter acesso a ele. "A criança é muito literal, acredita naquilo que vê. Por isso precisa ser protegida", explica Isabella. O Conar aponta as denúncias como uma forma de ajudar na fiscalização do conteúdo dos anúncios publicitários. Qualquer consumidor, desde que identificado, pode fazer uma reclamação e uma das formas é pelo site do Conar.
Fonte: G1
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