Na antiguidade, o ato de estudar não era um direito de
toda criança como é (ou deveria ser) hoje. Antes, ter acesso aos ensinamentos
era um privilégio dos filhos de famílias nobres e ricas, sendo que muitas
crianças das sociedades antigas que não tinham essa vantagem gastavam as horas
em trabalhos braçais e não recebiam nenhuma instrução dentro ou fora de casa.
Muitas delas não tinham nem a chance de um sonho maior,
pois já eram designadas ainda muito pequenas como escravas. Como se isso não
bastasse, se a criança fosse uma menina, as suas esperanças de ter um
aprendizado formal nas instituições eram quase zero, sendo ou não de família
rica, pois os meninos tinham prioridade devido aos ensinamentos que se
estendiam a regras militares e estratégias de batalhas.
Com o passar do tempo, em algumas sociedades, as meninas
foram ganhando o seu espaço e também recebiam aprendizados diferentes para
administrar a família. Confira abaixo como eram as escolas da antiguidade.
Isso é Esparta
Em Esparta, a educação de uma criança não começava até os
sete anos de idade. Ao atingir esse tempo de vida, a sua educação tornava-se um
dever do
Estado, o qual precisava, essencialmente, recrutar a criança para uma
vida de serviço militar. Ciências sociais e filosóficas não faziam parte do
currículo escolar.
Em vez disso, os meninos espartanos seguiam um programa
de estudo chamado agoge, que incluía leitura, escrita e música, mas tudo focado
para os treinamentos. Além disso, eles aprendiam técnicas de sobrevivência e,
ao atingir a adolescência, seguiam para o exército.
Já as mulheres espartanas, não recebiam qualquer tipo de
educação formal do Estado. No entanto, elas desfrutavam de maior autonomia do
que aquelas de outras cidades-estado gregas. Dessa forma, elas eram educadas em
casa o suficiente para administrar as propriedades da família, sendo que a
leitura e escrita faziam parte desses aprendizados. Algumas também recebiam
treinamento físico.
Crianças de Athenas
Atenas, a rival política de Esparta, era mais como uma
escola rigorosa de artes liberais. Enquanto Esparta queria produzir soldados,
Atenas preferia educar pensadores. Assim, desde cedo, as crianças atenienses
aprendiam a ler e a escrever.
Com sete anos, os meninos de famílias nobres de Atenas
começavam a frequentar escolas privadas, em que – em uma das raras exceções das
sociedades antigas – os pobres também podiam estudar, pois o valor
era acessível.
Nestes lugares, os meninos aprendiam música, poesia,
filosofia, matemática e outras disciplinas. A educação seguia até a adolescência,
podendo ser estendida após os 14 anos. Treinamentos físicos também eram
necessários, mas o foco era o intelecto. Assim como acontecia em Esparta, as
meninas também só tinham alguma instrução em casa.
Egito
No antigo Egito a educação era valorizada, mas não havia
muita necessidade de orientadores ou locais específicos para a maioria da
população, pois era feita de maneira informal e, muitas vezes, pelos próprios
pais. Tanto que, nesses aprendizados, as crianças já recebiam ensinamentos da
profissão de
seus pais para assumir o mesmo segmento de trabalho deles.
As meninas eram educadas por suas mães nas tarefas
domésticas, como cozinhar e costurar. Já as crianças de famílias ricas podiam
ir às escolas para estudar para serem escribas e, eventualmente, trabalharem no
governo ou servindo como sacerdotes do templo. Assim como os estudantes de hoje
em dia, estes poucos privilegiados do Egito tinham aulas de história,
matemática, música e ciência.
Índia
A educação na Índia durante o período védico (1.500 a 500
a.C.) não focava apenas na estimulação intelectual ou nos treinamentos físicos,
mas também no desenvolvimento espiritual. Ao estudar os Vedas e outras
escrituras hindus, os alunos aprendiam a ler e escrever, além de receberem
instruções sobre lógica e poesia. O foco estava em crescimento pessoal e
desenvolvimento do caráter.
Enquanto a educação era inicialmente destinada a ser
livre, o sistema de castas (que perdura em muitos locais da Índia até hoje)
tornou mais difícil para as crianças das classes mais baixas receber qualquer
tipo de ensino superior.
China
Considerando que os estudantes chineses há milênios
tinham de memorizar dezenas de milhares de caracteres apenas para ser capaz de
escrever na sua língua, não é nenhuma surpresa que a antiga educação chinesa
fosse focada na memorização.
A partir de 770 a.C., os textos de Confúcio eram os
principais materiais de estudo, que constituem a base do sistema de ensino em
toda a China por dinastias imperiais que se estenderam através dos séculos.
Estes livros foram estudados e memorizados, verso por verso, página por página.
FONTE(S)
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