Presas estrangeiras estão cada vez mais comuns no Brasil,
assim como as companhias nacionais que já têm como objetivo atingir um mercado
internacional e, consequentemente, mais amplo. Tais modificações têm suscitado
um maior grau de convivência entre os brasileiros e o estrangeiro seja quando
os gringos chegam ao nosso país ou quando nós é que vamos trabalhar nas terras
deles.
A interculturalidade está presente, fazendo com que eles
tenham que aprender um pouco mais sobre os nossos hábitos e vice-versa. Para
termos noção, o número de carteiras de trabalho que foram emitidas para
estrangeiros cresceu 50% entre os anos de 2012 e 2013 (dados do G1) – um
aumento maciço. Vendo esses dados, é fácil perceber que conviver com os
estrangeiros no ambiente de trabalho está se transformando em algo comum nos
grandes polos do país.
O conflito cultural é algo comum quando as pessoas de uma
mesma empresa possuem costumes completamente diferentes. Mesmo que os
estereótipos dos brasileiros no exterior não valham para todos nós (nem todos
gostamos de comer feijão com arroz, de sambar ou de jogar futebol), existem
aspectos culturais que estão gravados em praticamente todos os brasileiros.
Veja abaixo algumas dessas atitudes listadas com base nas experiências de três
especialistas no assunto:
1 – Enrolar na hora de falar
Um dos principais empecilhos que muitos brasileiros
enfrentam ao conversar profissionalmente com estrangeiros é o modo de falar – e
isso não tem nada a ver com o idioma em si. De acordo com a consultora Jussara
Nunes, os brasileiros explicam muitas coisas antes de chegar ao ponto central
de um diálogo – em outras palavras, enrolam.
Segundo ela, os anglo-saxões em gerais não têm muitos
floreios no momento de dizer algo, indo direto ao ponto para depois conversar
melhor (algo que algumas pessoas podem achar um tanto ríspido). Apesar de ser
um detalhe, quando as situações se repetem sequencialmente, algum dos dois tem
grandes chances de se irritar com o outro.
2 – Dizer "sim" quando você quer dizer
"talvez"
De acordo com os especialistas, os brasileiros não querem
magoar os outros ou aparentarem rudes, sempre falando de modo devagar ou sem
ser 100% franco. Muito estrangeiros não são assim, sem medo nenhum de dizer
"não" quando necessário. O nosso "sim" às vezes quer dizer
"talvez", ao passo que o "talvez" pode também ser um
"não" – os gringos são mais literais. Diante desse tipo de
comportamento, os estrangeiros podem se sentir confusos e frustrados por não
conseguirem interpretar esses comportamentos com exatidão – se é que há alguma.
3 – Brasileiros querem ter amigos no trabalho e não
colegas
Segundo pesquisas da EY, o colega de trabalho perfeito
para um brasileiro que vive no exterior é alguém inspirador, motivador,
amigável e sociável – muito mais do que um simples colega, ele é um amigo. De
acordo com Jussara Nunes, o brasileiro tende a focar nos relacionamentos de
trabalho, sendo que primeiro ele deve confiar e se dar bem com as pessoas para
depois realizar as tarefas e gerar bons resultados.
Aqui no Brasil, é comum as pessoas perguntarem no
trabalho sobre assuntos pessoais, mostrarem fotos para os colegas de familiares
e filhos, além dos típicos contatos físicos (beijos e abraços que não são
comuns em vários países). No exterior, principalmente na Europa e nos Estados
Unidos, é mais comum o seguinte lema: "estamos aqui para fazer negócios e
não amigos".
4 – Negócios imediatos
De acordo com Fabiana Gabrieli, da HSM Educação, os
brasileiros têm visões de negócios focadas no curto prazo, querem fechar
contratos logo e fazem movimentos rápidos.
Contudo, em outras culturas, isso
não ocorre desse modo. No estilo oriental, por exemplo, as pessoas não fazem
negócios com quem não conhecem. Só que por outro lado, nós sabemos que é
preciso improvisar no mercado brasileiro – os empresários daqui frequentemente
possuem um plano B ou C para as situações mais adversas.
5 – Exceções para quase tudo
Aqui no Brasil nós temos exceções para tudo, sejam
situações que não precisam ser seguidas à risca ou normas que não são tão
rígidas. Vendo por esse lado, nós podemos ser caracterizados como
indisciplinados, querendo dar um "jeitinho" em situações que não
podem ser contornadas. As exceções praticamente não existem no mercado
internacional, sendo que nós precisamos seguir o manual deles e sem querer
utilizar nenhum atalho – ou sairemos bem feios na foto.
6 – Pontualidade pra quê?
Infelizmente, no geral os brasileiros não são pontuais.
Reuniões começam depois do horário marcado, podem demorar mais do que o
previsto ou ainda serem remarcadas na última hora. Os atrasos são parte da
rotina de muitas empresas do Brasil. Em alguns casos, isso é considerado
flexibilidade, porém no geral nos atrasamos mesmo e ponto.
Em determinados países, se atrasar é praticamente um
insulto. Isso sem levar em consideração quando equipes de várias nações
trabalham juntas e você, o brasileiro, está de algum modo atrasado – seja no
horário ou no prazo daquele relatório. Isso pode ser realmente danoso para
carreira de qualquer um e é algo que deve ser adaptado assim que você convive
com outras culturas.
Fonte:Mega Curioso
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